segunda-feira, 24 de maio de 2010

Sessão Nostalgia... Crônicas já publicadas... A imprensa imprensada...

* “Pode buzinar à vontade atrás de mim diante do sinal. Sou cego”. (Apelo afixado no pára brisa traseiro de um jipe)
* “Diz-me com quem andas e te direi quem és” (Sei não. Judas andava com Cristo. E Cristo andava com Judas).

* “A única obrigação da pessoa na vida é fabricar recordações” (Acho que foi Goethe)

* Jamais peque contra a castidade. Sempre a favor (Cecy, citada por meu amigo idiota Fonseca)


A imprensa imprensada

Nos anos da mais recente ditadura que ainda recendendo ar, trabalhando em O Diário, o maior jornal da Rua Sete de Setembro, em Vitória, vivemos algumas situações cômicas se não fossem trágicas.
Desde a censura prévia – um idiota examinando, a com sua cultura amebiana o material a ser censurado - em seu pequenino cérebro dividia a literatura universal em dois grandes grupos: comunista e não comunista.
Depois veio a auto-censura, que é pior, porque transforma seu sobrecarregado superego em um censor vil, pior que o, por assim dizer, oficial.
Cabia ao jornalista burlar a lei, uma forma difícil de resistência que exigia coragem, tolerância ao terrorismo de Estado e, last but not least, humor.
Quando havia alguma maldade especial que esses canalhas faziam – e não eram poucas – os policiais vinham à redação oficializar em um documento sem assinatura a proibição. Denunciei naquele inquérito sobre perseguidos políticos na Assembléia mas não saiu no livro sobre o tema lançado por Cláudio Vereza. Só no disquete à parte. Eu, hein? Assassinatos por tortura, por tiro, por inanição, eram relatados invariavelmente com o seguinte preâmbulo: “De ordem superior, fica proibido a divulgação de Fulano em choque com a polícia” Sem assinatura. Onde se lia “Em choque com a polícia...” leia-se pessoas – inclusive mulheres grávidas amarradas e não raro de cabeça para baixo. Que modalidade valente e patriótica de defender a democracia.
Já escrevi alguma vez, mas não custa repetir, que pregávamos a proibição dos papelotes no quadro de avisos da principal redação do jornal onde por conseqüência acabou por transformar-se em mural com notícias que jamais saberíamos como não sabemos até hoje. Onde estão os cadáveres dos militantes contra a ditadura? Pois bem.

Estratégia

Quando sai alguma coisa que preste é tarde da noite nos jornais sonâmbulos ou nas TVs compradas – nesse caso pelo consumidor. As Medidas Provisórias – um eufemismo para Decreto Lei – a CPMF, um imposto roubado da saúde, as idiotices de Lula sempre apoiado pelos sindicatos amestrados, não são tratados sequer com seriedade.
Um amigo me diz sempre que no Brasil jamais houve direita ou esquerda e sim em cima e embaixo. Nada mais real.
Qual a função do jornalismo agora, submetido a um tipo bizarro de censura que os inclui e em muitos casos os gratifica e muito bem. Naquelas priscas eras havia ema espécie de muro de Berlim onde os jornalistas chapa branca ficavam de um lado só. Caiu o muro de Berlim.
A luta do jornalista – salvo as sempre raras exceções – é aproximar-se das benesses do poder. Comentarista hoje, ministro amanhã.
A notícia, cadê a notícia? Onde estão as suítes – para os que esqueceram – a arte de seguir uma manchete nos dias seguintes. Vê-se muito raramente e por pouco tempo.

Sempre ele

A última entrevista do presidente Lula foi uma graça. Não permitiu réplica, isto é, podia responder o que quisesse da maneira que quisesse, inclusive mudar o assunto.
--- Presidente, e o funcionalismo público federal, há 12 anos sem reajuste receber um aumento de 0, 001 por cento?
---- A intenção do governo é a igualdade entre os clubes de futebol... E por aí vai.
Não estou só contestando um governo que se elegeu e mantem-se através de uma perversa, mas reconheçamos, eficiente propaganda.
Falo jornalismo.
O que obriga em plena democracia aceitar entrevistas sem réplica, Trata-se de uma cumplicidade explícita. Isoladamente aqui e ali, jornalistas tentam timidamente burlar a regra hegemônica que consiste em não incomodar muito os anunciantes ou quem possa influir na economia do veículo de comunicação, digamos.
Não existe mais censura, isto é verdade, por parte do governo. Apenas a ausência do espírito jornalístico desencarnou da imprensa. Isolaram-se do leitor e passam a vender seus espaços na mídia para tal e tal grupo, consciente ou inconscientemente.
A Comissão de Ética dos Jornalistas Profissionais do Espírito Santo planeja organizar seminários nos cursos de comunicação no Estado abordando temas como esse,
Por enquanto vamos ficar com as denúncias do bloco carnavalesco da Barra do Jucu, em Vila Velha, neste querido Estado.

Pois Não!

Ordem

De agora em diante em medicina quem se dizer especialista vai ter que provar. O título das especialidades reconhecidas pela Associação Brasileira de Medicina e registradas pelo Conselho Federal. No Estado, significa depois de submeter-se à prova nas diferentes especialidades e aprovado a parir de exames de currículo, especialmente no quesito prova de títulos o candidato recebe o registro na Associação Medicado Espírito Santo e após, no Conselho Regional. Tal registro constará da carteira de médico e o certificado deverá ser afixado, por recomendação é tica em local visível na sala de espera.

Onde está Wally

Dos 300 funcionários da Câmara Municipal de Vitória, apenas um é contratado. Os demais entraram pela janela, que ninguém é de ferro.
Quem será este fura- sacanagem?
Ninguém vai entrevista-lo?
Deve sentir-se tão deslocado, coitado. Imagina: entrar eticamente no serviço...
Tem gente que inventa cada coisa.

E Waldomiro?

O ladrãozinho, amigo e assessor de Zé Dirceu, o Rasputin caboclo, roubou, fez aconteceu bateu asas e voou.
Mas justiça seja feita.
Uma calúnia sobre o respeitável homem público: promovia viagens de profissionais de saúde - todas mulheres lindas – de vários Estados do Brasil para atender os deputados nos hotéis de Brasília. A preocupação deste homem comove qualquer um. E havia os maldosos que apelidavam a operação saúde de “Poleiro de Ouro”. Mentira, tudo mentira.

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