segunda-feira, 24 de maio de 2010

Adeus Sophia Loren, você jamais me mereceu...

Com todo respeito e amor a minha querida Mariucha, minha apaixonante mãe, e a Freud, meu insólito Complexo de Édipo ocorreu – poxa mãe que chato – com a participação especial de Sophia Loren, e grande elenco. Poucas crianças taradas como eu lembram da tenra infância como o período sexual mais ativo e reprimido da vida. Enquanto meus amiguinhos brincavam de boneca, eu aos cinco anos de idade roubei deparei-me com tio Antônio olhando estranho para um pôster. Olhei também e a vi.
Minha vida mudou. Desobedeci à chamada ordem natural das coisas e troquei sacanamente o mamilo de Dona Mariucha pelas coxas sacras e demoníacas da atriz italiana. Ela me olhava também daquele Pôster do tio. Nunca fui desses que amam sem ser amado. Precisaria ser enganado nesse sentido (o que, aliás, sempre acontece). Então.
Daquele dia em diante abri mão de mamãe como obscuro objeto de meu proibido desejo, e fechei a mão sobre o como diz Lula companheiro penis em direção à Sophia. Tal obsessão preencheria todos os espaços de meu desejo. Tracei minha onipotente escultura. Jamais abriria mão de mulheres ocidentais com olhos orientais tipo chinesas voltadas para o alto e para o lado de cima, entendem. Claro que não.Só entende o amor quem ama. Coxas, as coxas deveriam ser grossas sem limites. A boca larga e grande carnuda tipo Angelina.
Passei a vida procurando o sacrossanto protótipo fingindo principalmente mentindo para mim mesmo que andava à cata e à espreita das virtudes.
Cheguei a amar mulheres porque se assemelhavam a ela. E rejeitá-las por não ser ela.
Todo o desejo verdadeiro é esquizofrênico. Ignora a razão e capricha no tesão.

Um dia Muito Especial, quando conheci a inveja bem de perto...

Quando assisti a este filme vivi a morte mais morrida que há. Tratava-se de alguém – Benito Mussolini – que ia visitar Nápoles.
Todos os habitantes de uma casa de cômodos foram para a praça ver o fantástico idiota passar desfilar.
Só ficaram no imenso e pobre condomínio, Marcello Mastroianni em sua própria quitinete dois andares de escada acima (no papel não sei de quem). E quem mais? Vocês já sabem.

Ela, Sophia, que fazia uma dona de casa que apesar da doméstica profissão de fé deixava transparecer – exceto ao marido que era geneticamente anestesiado uma incomensurável sensualidade. Ele dando bola para ele.
Mas que nada
Rejeitou-a.
Ela ficou nuazinha na frente dele
Eu morri na cadeira do cinema
E jamais ressuscitei...

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