sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Esse... é o cara...


Odilon de Oliveira, de 56 anos, estende o colchonete no piso frio da sala, puxa o edredom e prepara-se para dormir ali mesmo, no chão, sob a vigilância de sete agentes federais fortemente armados. Oliveira é juiz federal em Ponta Porã , cidade de Mato Grosso do Sul na fronteira com o Paraguai e, jurado de morte pelo crime organizado, está morando no fórum da cidade. Só sai quando extremamente necessário, sob forte escolta. Em um ano, o juiz condenou 114 traficantes a penas, somadas, de 919 anos e 6 meses de cadeia, e ainda confiscou seus bens. Como os que pôs atrás das grades, ele perdeu a liberdade. 'A única diferença é que tenho a chave da minha prisão.'



Traficantes brasileiros que agem no Paraguai se dispõem a pagar US$ 300 mil para vê-lo morto. Desde junho do ano passado, quando o juiz assumiu a vara de Ponta Porã, porta de entrada da cocaína e da maconha distribuídas em grande parte do País, as organizações criminosas tiveram muitas baixas. Nos últimos 12 meses, sua vara foi a que mais condenou traficantes no País.



Oliveira confiscou ainda 12 fazendas, num total de 12.832 hectares , 3 mansões - uma, em Ponta Porã , avaliada em R$ 5,8 milhões - 3 apartamentos, 3 casas, dezenas de veículos e 3 aviões, tudo comprado com dinheiro das drogas. Por meio de telefonemas, cartas anônimas e avisos mandados por presos, Oliveira soube que estavam dispostos a comprar sua morte.

'Os agentes descobriram planos para me matar, inicialmente com oferta de US$100 mil.' No dia 26 de junho, o jornal paraguaio Lá Nación informou que a cotação do juiz no mercado do crime encomendado havia subido para US$ 300 mil. 'Estou valorizado', brincou. Ele recebeu um carro com blindagem para tiros de fuzil AR-15 e passou a andar escoltado.

Para preservar a família, mudou-se para o quartel do Exército e em seguida para um hotel. Há duas semanas, decidiu transformar o prédio do Fórum Federal em casa. 'No hotel, a escolta chamava muito a atenção e dava despesa para a PF.' É o único caso de juiz que vive confinado no Brasil. A sala de despachos de Oliveira virou quarto de dormir. No armário de madeira, antes abarr otado de processos, estão colchonete, roupas de cama e objetos de uso pessoal. O banheiro privativo ganhou chuveiro. A família - mulher, filho e duas filhas, que ia mudar para Ponta Porã, teve de continuar em Campo Grande. O juiz só vai para casa a cada 15 dias, com seguranças. Oliveira teve de abrir mão dos restaurantes e almoça um marmitex, comprado em locais estratégicos, porque o juiz já foi ameaçado de envenenamento. O jantar é feito ali mesmo. Entre um processo e outro, toma um suco ou come uma fruta. 'Sozinho, não me arrisco a sair nem na calçada.'


Uma sala de audiências virou dormitório, com três beliches e televisão. Quando o juiz precisa cortar o cabelo, veste colete à prova de bala e saicom a escolta. 'Estou aqui há um ano e nem conheço a cidade.' Na última ida a um shopping, foi abordado por um traficante. Os agentes tiveram de intervir. Hora extra. Azar do tráfico que o juiz tenha de ficar recluso. Acostumado a deitar cedo e levantar de madrugada, ele preenche o tempo com trabalho. De seu 'bunker', auxiliado por funcionários que trabalham até alta noite, vai disparando sentenças. Como a que condenou o mega traficante Erineu Domingos Soligo, o Pingo, a 26 anos e 4 meses de reclusão, mais multa de R$ 285 mil e o confisco de R$ 2,4 milhões resultantes de lavagem de dinheiro, além da perda de duas fazendas, dois terrenos e todo o gado. Carlos Pavão Espíndola foi condenado a 10 anos de prisão e multa de R$ 28,6 mil. Os irmãos , condenados respectivamente a 21 anos de reclusão e multa de R$78,5 mil e 16 anos de reclusão, mais multa de R$56 mil, perderam três fazendas. O mega traficante Carlos Alberto da Silva Duro pegou 11 anos, multa de R$82,3 mil e perdeu R$ 733 mil, três terrenos e uma caminhonete. Aldo José Marques Brandão pegou 27 anos, mais multa de R$ 272 mil, e teve confiscados R$ 875 mil e uma fazenda.

Doze réus foram extraditados do Paraguai a pedido do juiz, inclusive o 'rei da soja' no país vizinho, Odacir Antonio Dametto, e Sandro Mendonça do Nascimento, braço direito do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. 'As autoridades paraguaias passaram a colaborar porque estão vendo os criminosos serem condenados.' O juiz não se intimida com as ameaças e não se rende a apelos da família, que quer vê-lo longe desse barril de pólvora. Ele é titular de uma vara em Campo Grande e poderia ser transferido, mas acha 'dever de ofício' enfrentar o narcotráfico. 'Quem traz mais danos à sociedade é mega traficante. Não posso ignorar isso e prender só mulas (pequenos traficantes) em troca de dormir tranqüilo e andar sem segurança.'

Micro fotos do interior do corpo humano










quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Corpo em rede

Um por todos, todos por um

As comunidades do saber psiquiátrico, em discussões ainda que polidas, nos corredores das universidades ou nas conferencias das diversas vertentes do pensamento que tem no inconsciente tão soberbamente descrito por Sigmund Freud sua vertente maior cometem injustiças com os clínicos. Minha querida mãe de fino humor e trato chamava-os, os clínicos, “esses médicos de verdade, que curam”. Dizia isso olhando zombeteira para meu primeiro livrão de Psiquiatria.

Inaugurava para mim uma divisão na qual compartir o universo das ciências médicas, e o mundo das interpretações, seria na verdade, uma falsa divisão entre o pragmatismo essencial e a metáfora do pensamento. Ambos são tão integrados e servem tanto um ao outro que hoje, após mais de trinta anos debruçado por intermináveis e conscientemente consentidas dúvidas teóricas resolvo não resolver nada sobre isso. Já que , como disse Fernando Pessoa , ao sol quando há sol e à chuva quando está chovendo. Não há síntese do sol e chuva. Decidi tentar pensar simples e flutuar levemente pelo assunto.

Contatos e leituras com clássicos e eternos analistas e formadores de mim, tanto no campo profissional quanto pessoal e especialmente com meus clientes e alunos que renegam a aceitação do calar-se ou não serem escutados, forneceram-me combustão. Esta última tarefa – a de desvendar a divisão - vinha sendo para mim tão rica quanto difícil há muitos anos. Hoje não. Pairo nas conversas sobre a filosofia do existir com eles, os ouvintes e falantes, e espero que de alguma forma venha contracenando com todos no setting analítico, terapêutico ou que nome se queira dar a este campo às vezes – raras vezes tenso – às vezes lúdico. Consigo Ser e Fazer muito pouco. Tento facilitar o espaços para o outro Ser. Uma modalidade de não ser para ser eu mesmo no setting. Cito a título de ilustração, e de exemplo o caso de uma pessoa que se tratava comigo e dividia conforme a natureza da questão em pauta os assuntos sobre os quais pretendia, digamos, palavrar, em “papo de Freud” e “papo de Bar”. Tinha lá suas razões. Entendi, creio, que às vezes precisava de liberdade para libertar seu lúdico e sua liberdade. Concordava sempre com essa idéia. E que me lembre, jamais interpretei nada sobre isso. Apenas tentei compreender. Não devemos esquecer que os processos de mudança ocorrem no cliente especialmente. No médico, menos. Deus ajuda o médico, ainda bem..
Então.

Qual é o assunto afinal?

Acho que encontrei um gancho para compartir com vocês leitores fiéis à tarefa de estruturar teoricamente o que chamei de “corpo em rede”.

Apelido de corpo este complexo que a partir de dois elementos – um deles vai para o amor com o papai e volta com a mamãe – forma uma unidade ainda mais complexa que concentra uma rede viva, contendo infinitas vias de conexão entre si e entre outros sistemas da mesma natureza e de outras. Fosse eu ou filósofo diria que este sistema estaria compondo todo o universo – pelo menos a Via Láctea. Mas vamos deixar por menos, ao menos neste esboço de idéias com as quais pretendo atiçar o gozo de algumas pessoas bem pensantes. Tudo parece tão óbvio. Mas não é assim que é tratado pela ciência.

Se é verdade que de uma única célula derivam-se todos os sistemas – os conhecidos e os desconhecidos, como a maioria dos que regem as neoplasias, ou doenças de auto - imunes ou esquizofrenias, acho – podemos supor que haja uma sofisticada ligação de cada célula ou fração a ser descoberta com todas as outras desta uma natureza ovular, digamos?
Essa gente estudiosa que tanto admiro e que dirigiu mentes e afetos na direção do que se chama provisoriamente de Psicossomática precisava criar um sistema que merecesse o mínimo de reconhecimento da Ciência. Esta é responsável pelo mundo e assim deve ser. Quando não dá conta de um fato, cria uma lei a respeito ou traz o fato para dentro de seus limites e linguagem. Vamos lá, vamos ver o que se pode fazer dentro desses inabaláveis limites. Vamos comprometer alguns dos nossos.

Descartes, logo ele, dizia que muitas vezes a ciência – nesse texto a nomeia de “falsa profeta” – comporta-se e assim tem que se comportar, como um cego que tendo que lutar contra um lúcido e caótico gênio criador, veja-se obrigado a levá-lo para uma caverna escura.

A ciência tem a função de organizar o caos, e, quando este não é compreensível para os limites e leis congelá-lo a baixa temperatura até aparecerem os deuses do acaso ou da sabedoria, estes menos frequentemente, para propor axiomas ou outras coisitas razoáveis. Pois então.
Estes, os cientista da vida, angustiados com a idéia de formular um corpo teórico para as funções e a própria existência do corpo a partir dos conhecidos sistemas, das derivações das camadas embrionárias e dos sistemas formados por simples contigüidade, como os tradicionais (digestivo, circulatório, etc) à maneira dos filósofos, criaram uma entidade chamada Mente . Esta senhora não possui a sinonímia de aparelho psíquico – e que teria fundamentalmente as seguintes funções: orquestração e regência de todos os sistemas , conhecidos e desconhecidos pela Ciência, simultaneamente. Por exemplo: hierarquização das funções desses, localização da desorganização deles fora da complexidade geral quando estas se desorganizarem temporariamente. A esta última operação alguns chamam de doença, fixada seja lá onde for, dependendo da predisposição ou provocação (caso do câncer por fumo, por exemplo). Até aqui estas funções pairavam pelo que Freud e outros com outros nomes conceberam como atividades ídicas do inconsciente. A localização não. Sai do Grande Complexo do funcionamento da Pessoa, no sentido com o qual usa Danilo Pellestrelo, aproveita uma deixa e localiza-se de tal modo a tornar-se real, no sentido de realidade, consciente e permitir que se lhe coloque a mão em cima para abordar. Trata-se do que se chama síndrome nosologicamente recortada, com suas características definidas ou consensuais, suas febres, metástases, edemas, alterações relativa nos exames complementares etc. Isto é, parte do sistema complexo “sai para o consciente” – só se sabe que possui um joelho se este doer ou o que o valha.

O Corpo em Rede

A Pessoa – como diz Danilo Peslestrello – é uma integração entre psique e soma que mantém suas características fundamentais. Este sistema – a Pessoa – está composta de infinitos elementos que como já disse articulam-se – todos – cada todos os demais. Há uma complexidade extra. A soma das partes do corpo humana não “fabricariam” o homem. Há, portanto um terceiro elemento integrador que dispõe pelo menos em grande parte, do viver. As religiões e os deuses apossaram-se dele dando nomes os mais variados: almas, sopros etc. Não gostaria de entrar nessa história. Já falo de complexidade demais.

Se acrescentarmos a este sistema Pessoa a especialidade de explicitamente apresentar este relacionamento com o outro através da palavra, que começa de choro, da relação mãe-bebê etc (ver Donald Winnicott) quem sabe não venhamos a compreender o a importância do falar com o outro na relação médico-paciente. O sistema de signos que só o homem possui é muito provável que de alguma maneira atuem fisicamente nesta rede e não apenas como uma comunicação isolada da rede.

Quando Michael Balint criou o termo remediomédico quis passar essa idéia. Assim a conversa na anamnese não é uma questão apenas de simpatia de introdução ao exame de verdade, mas, sobretudo de empatia terapêutica por si só. Esta, a empatia é definida por Carl Rogers como a capacidade de estar em sintonia com o outro. Hoje acho que ele diria, estar em rede.

Ampliemos imaginariamente esta rede de modo a pode nos incluir, nós as pessoas, no ambiente igualmente em rede, pois todos nós já sabemos que vivemos em rede com o ambiente através dos alimentos, do ar, dos grupos, da vida cotidiana. Porque haveria de ser possível, por exemplo, reduzir este sistema complexo a um ou dois órgãos doentes? Uma simples dor de dente – das boas – é capaz de paralisar a vida cotidiana de uma pessoa. As dores e inibições estão igualmente em rede.

A abordagem ao paciente, por suposto, hospitalizado que começa pela palavra no cumprimento da semiologia já é, portanto um procedimento. É o que diferencia na rede o homem dos outros animais. A necessidade do homem sobreviver em rede – em óbvia interdependência – para superar a sua fragilidade – a maior entre todos os demais mamíferos, por exemplo – faz da comunicação pela palavra, olhar etc elementos que estruturam tal sujeito pelo espelhamento e reconhecimento. Em alguns, momentos – na atividade sexual, por exemplo – a comunicação sofisticada e em rede por instantes, passa a ser primitiva e a palavra “regride” para outros sons etc. Afinal, parece, é necessário de vez em quando dar um passeio pelo primitivo, dar uma desorganizada no sistema como um freio de arrumação. Um processo organização-cáos-reorganização.

Talvez passe por aí as loucuras, os carnavais, as fantasias de mulher no homem, o homem na mulher, os carnavais.
Este texto tem a intenção de abrir espaço para compreensão da necessidade de se plantar novamente a interrogação filosófica na cabeça do saber endurecido e banal, muito encontradiço nas certezas científicas.

E nas ignorâncias das feitiçarias.

Paulo Bonates
O autor é mestre em Educação Médica, Psicopedagogia, Psiquiatria, PsicanlalistaProfessor Universitário de Medicina e especialista em Psicossomática.

Tostão... exemplo dentro e fora de campo...

O texto abaixo foi escrito por TOSTÃO, ex-jogador de futebol, comentarista esportivo, escritor e médico, e foi publicado em vários jornais do Brasil:

”Na semana passada, ao chegar de férias, soube, sem ainda saber detalhes, que o governo federal vai premiar, com um pouco mais de R$ 400 mil, cada um dos campeões do mundo, pelo Brasil, em todas as Copas.

Não há razão para isso. Podem tirar meu nome da lista, mesmo sabendo que preciso trabalhar durante anos para ganhar essa quantia.

O governo não pode distribuir dinheiro público. Se fosse assim, os campeões de outros esportes teriam o mesmo direito. E os atletas que não foram campeões do mundo, mas que lutaram da mesma forma? Além disso, todos os campeões foram premiados pelos títulos. Após a Copa de 1970, recebemos um bom dinheiro, de acordo com os valores de referência da época..

O que precisa ser feito pelo governo, CBF e clubes por onde atuaram esses atletas é ajudar os que passam por grandes dificuldades, além de criar e aprimorar leis de proteção aos jogadores e sua s famílias, como pensões e aposentadorias.

É necessário ainda preparar os atletas em atividade para o futuro, para terem condições técnicas e emocionais de exercer outras atividades.

A vida é curta, e a dos atletas, mais ainda.

Alguns vão lembrar e criticar que recebi, junto com os campeões de 1970, um carro Fusca da prefeitura de São Paulo. Na época, o prefeito era Paulo Maluf. Se tivesse a consciência que tenho hoje, não aceitaria.

Tinha 23 anos, estava eufórico e achava que era uma grande homenagem.

Ainda bem que a justiça obrigou o prefeito a devolver aos cofres públicos, com o próprio dinheiro, o valor para a compra dos carros.

Não foi o único erro que cometi na vida. Sou apenas um cidadão que tenta ser justo e correto. É minha obrigação.”

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A Orquestra

"EARTH SONG" by MICHAEL JACKSON

O vídeo é do single de maior sucesso de Michael Jackson no Reino Unido e não é nem "Billie Jean", nem "Beat it", e sim a ecológica "Earth Song", de 1996.

A letra fala de desmatamento, sobre pesca e poluição, e, por um pequeno detalhe, talvez você nunca terá a oportunidade de assistir na televisão.

O Detalhe:
"Earth Song" nunca foi lançada como single nos Estados Unidos, historicamente o maior poluidor do planeta. Por isso a maioria de nós nunca teve acesso ao clipe. Ou seja, o que não passa nos EUA, não passa no resto do mundo. Só mostram o que lhes interessa, e só assistimos o que eles querem. Veja, então, o que os americanos nunca mostraram de Michael Jackson.

Filmado na Africa, Amazonia, Croácia e New York. Emocionante!

Veja no link abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=oJEqJ9yALx8

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Canto e danço...



Pai traído...

Eis Bob Hope : o único homem que Mariucha - senhora minha mãe - amou mais que meu pai!

Melhor foto e frase do ano...


"Querido Papai do Céu, este ano, por favor, mande roupas para todas aquelas pobres mulheres do computador do papai, Amém."

sexta-feira, 20 de novembro de 2009