quarta-feira, 29 de julho de 2009

João e os pássaros de Francisco

Um dos Franciscos de mestre João Martins ou "João Ninguém" (como de vez em quando ele assinava sua obras)

João foi-se sem entregar os pássaros do São Francisco que me pintou em óleo sobre tela. Faltavam sim os pássaros rondando o santo, como havia me adiantado ao telefone dando a posição das aves. Foram-se em vôo duplo João e os pássaros.

Que tamanho de pássaros haveria de ter o santo predileto de Martins... Fico com o santo, vai-se o outro e nossos pássaros. Para que servem os pássaros do santo? Estariam onde? Sobre os ombros, nas mãos... Onde João colocaria os pássaros do Francisco, nome de um dos seus filhos?

Penso no cuidado do amor e da arte. Um cuidado que demorou meses para ser concluído e não foi. O que são os pássaros para este gênio português de pura vida, que saiu da Universidade de Coimbra para pintar cartões de Natal nas praças do Rio, lá pelos anos 50, para logo depois, pincel em punho, decorar as paredes do principal restaurante do então majestoso Hotel Glória. E anos mais tarde ser o artífice de obras monumentais em São Paulo e diretor de arte de indústrias consagradas em azulejos... E depois largar tudo isso simplesmente para dedicar amor à sua arte pessoal. Parece coisa de português. E é.

Deu a honra de viver conosco um tempo aqui nesta cidade que amava, como amam todos os amores. Sem motivo aparente. Qualificadísssimo academicamente, certa feita foi convidado por um amigo para ministrar um curso na Universidade Federal do Estado. Não pôde, não lhe acharam à altura do nível de produção e conhecimento do departamento. Tinham toda a razão.

João detestava dinheiro. Literalmente, fugia dele. Raramente – apenas nos surtos de tristeza – desfazia-se de uma obra. Muitas vezes, tendo passado meses pintando um quadro ou esculpindo o novo, desfazia-se de tudo na lixeira da casa.

Confesso publicamente aqui que a maior parte da minha adorável pinacoteca é composta do lixo de João, a cuja casa e amizade tive acesso. Peço ao talentoso Wagner Veiga que não fique com ciúmes. Espere a sua vez.

Uma vez em Lisboa fizemos um passeio a pé apenas olhando os monumentos à nossa frente por acaso. Apesar de ambos sabermos que a arte, assim como a literatura, é a última das metáforas – não tem, portanto, explicação - espiávamos demoradamente à beira do Tejo os monumentos, como se Deus estivesse por detrás, dispondo. Retribuía contando-lhe piadas de português. Ele morria de rir. Costumava contra- atacar argumentando que não há piada de brasileiro. “É tudo verdade”. Calma aí João.

Onde estarão as pombas? Agora volta a me ocorrer a lembrança do São Francisco que João me deu.

Há uns dez anos havia pintado um peixe para mim. O idiota aqui para proteger a obra envidraçou o pescado. Um dia viu, olhou de lado e mexeu o canto da boca sem falar nada. Tirei o vidro.

Viajante que nunca deixou de ser navegou por todo Brasil com suas caravelas, por terra, por mar e por ar. Andou pela Bahia, Rio, São Paulo, mas gostava mesmo era de Vitória, embora nunca tivesse dito isso.

Aqui manteve filhos e neta. Há outros filhos viajantes que se espalham pela Europa, outra em São Paulo. Quem quisesse ouvir e sentir o cheiro d`arte que fosse lá a seu estúdio – desde que convidado - geralmente improvisado em um canto qualquer da casa, ultimamente em uma pequena varanda. Nada mais espaçoso, porque as coisas da arte estão dentro de todos nós e nós pintamos ou esculpimos cada quadro ou escultura à nossa moda e maneira e à medida que conhecemos criamos pessoalmente a obra.

Michelangelo dizia não saber esculpir. Com o cinzel, apenas retirava o excesso de mármore que havia no que havia visto dentro da pedra bruta. Pois é, queridos leitores, parece haver um momento que o escultor deve entregar o trabalho final para a própria figura conservada viva dentro da pedra. Como ocorre no engenho do amor e da paixão. Que a mágica encarregue-se do detalhe.

Por isso sei onde estão meus pássaros, mas não digo a ninguém. Não posso compartir a minha doce loucura, mesmo que quisesse.Talvez ainda estejam com João, pincel em punho, embelezando o céu, quem sabe...

domingo, 26 de julho de 2009

Poema atual

Olavo Bilac, Castro Alves ou Erasmo Carlos, não me lembro de detalhes

Depois de Fernando Henrique o cínico, e Lula, o idiota, os que se debateram, morrerram e perderam parentes contra uma ditadura para dar a eles o país limpinho, limpinho, de militares golpistas, nada mais atual que o poema:

"Criança , ama com fé e orgulho a terra em que nasceste. Jamais verás um país como este"

Pega na mentira!





Aproveitando o momento nacional em que a mentira impregna o imaginário social do país, é permitida por lei, vide CPIs com permissão para omitir, não se pode deixar de fazer justiça aos Estados Unidos e suas imensas enganações em todos os tempos.

Vocês têm que conhecer o Fonseca, meu amigo idiota e muito rico, que faz uma cruzada pelo mundo "a cata das grandes mentiras". Agora está nos Estados Unidos, respeitável produtor da mercadoria, onde se encontra o que se chama de Grande Ludibrio, também conhecido por ONU, totalmente monitorada pelos americanos.

Dentro dessa mentira paira, entre outras, a tristemente célebre mentira chamada Conselho de Segurança. Para começar, é formado pelas cinco nações que mais fabricam armas de destruição em massa. E tem poder de, deixar ou não, destruir um povo inteiro, por exemplo.

A ONU existe para não deixar ninguém ou nada ocupar verdadeiramente o lugar pacificador para o que foi criada. Os cúmplices do globo são forçados a contracenar com o império. Vamos ao insólito, então.

Fonseca acha que o homem jamais chegou à lua, a não ser em filmes de laboratório. Coloca suas razões. Vamos a 1969 quando teria acontecido a primeira viagem. Uma dessas geringonças pesadíssimas, mesmo para a gravidade da lua, necessitando de toda aquela parafernália de Cabo Kennedy para decolar, atravessa a estratosfera terrestre, em manobra como sabemos de extrema complexidade, entra na órbita da virgem lua e, digamos, aluniza, sem qualquer preparo prévio.

Chegando deram três pulinhos. Uma graça. Fonseca acha que deixaram de fazer a única coisa que deveriam: fotografar a Terra. Essa mentira em especial deixou muitos rastros e pegadas no local do crime. Depois, sem preparo algum, decolam da lua, reacoplam, voltam felizes e contentes.

Uma sofisticadíssima nave espacial do tipo Discovery em tempos atuais, só para fazer a primeira parte da novelesca conquista da Lua sem problemas, como, por exemplo, explosões. E levam quatro anos para realizar nova tentativa, coisa e lousa.

A nave que teria ido à lua voltou lá no mesmo ano. É mole? Manjam 69? TV preto e branco, válvulas, carburador...

Mentem sobre o Iraque, o Vietnã, a Princesa Di, o comunismo no Brasil, para justificar o golpe de 64, os Ets aprisionados em um campo do exército, invasão de marcianos, e sobre o que quiserem. Diante da propaganda americana, para Fonseca, a de Hitler era fichinha.

Essa modalidade de hipnose globalizada que tem reprodutores em todo o mundo paralisa os cérebros e desvia as atenções. A questão – só para citar um exemplo - não é se o Iraque tem ou não tem bomba atômica. A questão é: porque alguém tem?

Ou se quiserem: alguns países têm direito de matar e outros não. Corrijam Fonseca, se for o caso. Alguém já questionou isso publicamente com veemência? Será que isso é o tal afinamento com a política dos Estados Unidos via FMI?

Fonseca nunca viu. Nem eu.

Xadrez para principiantes



"Navegar é preciso, viver não é preciso" (Fernando Pessoa)

O que significa essa frase. Você sabe?

Só para relaxar (Parte 4)

"Minha vida é uma merda, e ainda por cima pouca". (Fonseca, meu amigo imbecil)

“Para você sou ateu. Para Deus sou a legítima oposição” (Woody Allen, em “Memórias”).

“A única maneira correta de educar um filho sem contrariá-lo é fazê-lo nascer antes de você dar as explicações” (Maria da Conceição “Mariucha” Bonates, mamãe).

“Podem educar os filhos do jeito que quiserem. Estará sempre errado, não se preocupem” (Sigmund Freud, em entrevista).

“Eu sei que você está a fim,”. Mas, querido, agora eu não estou. Quer fazer isso assim mesmo, sem nenhum sentimento da minha parte? Sim”. (Dyan Cannon e Elloliot Gould em Bob & Carol and Teddy & Alice)

Delírios



Eu pensava que o assasinato era a mais radical forma de censura. Depois de pastar em "O Diário", durante a ditadura, e outros episódios mais recentes, acho que a censura prévia é o assassinato sem nenhum motivo, ou razão.

Escolha sua praga

Estimados leitores, vamos organizar esta esculhambação ou esculhambar esta organização em que se transformou o país e sua respectiva plebe rude. Resolvo dar a minha contribuição e peço a participação de vocês no sentido de hierarquizar, como dizia o outro, a problemática visando a "solucionática".

Seguinte: marquem com uma pitada de sangue os itens que acharem de maior relevância. Os fatos não estão em ordem cronológica ou sob o critério de concentração de sacanagem. É apenas um inventário de sintomas para que vocês possam dar o diagnóstico.

1 - A impunidade geral que paira nos elevados escalões de todos os poderes gerando a corrupção.

2 - O mágico desaparecimento do dinheiro roubado, mesmo quando se descobre e se desbarata a quadrilha em todas as camadas sociais.

3 - A Xuxa ter contratado um cara para fabricar um filho, no que seria um útero, e dispensá-lo em seguida deixando as criancinhas – que odeia – perplexas e voltando a acreditar na cegonha que é muito mais verdadeira.

4 - Uma juíza considerar crime menor o fato de três filhinhos da puta e do papai incendiarem um índio enquanto ele dormia. A punição vocês sabem: foram admitidos no serviço público como ascensoristas, segundo a imprensa, e, hoje, ocupam altos cargos em Brasília onde se deu a melódia.

5 - Esse nosso povo idiota, isto é nós mesmos, votarmos nos canalhas que cercavam o poder roubando, deixando roubar, e após o show de circo mambembe - as "rigorosas" CPIs - serem colocados na rua. A grana, claro, sumiu. Todos os gatunos foram votados porque o povão não sabe nem que dia é hoje. E agora estão aí mandando de novo Zé Dirceu, Genoíno, Waldomiro e grande elenco, dando entrevistas e novamente no poder.

6 - A simples existência do juiz Lalau e semelhantes.

7 - A voz da Elba Ramalho.

8 - O Bush, seus chefes, e seus assassinatos em massa explorando, entre outras coisas, o medo dos outros como está fazendo no Iraque.

9 - O fato de uns poderem ter e outros não a bomba atômica.

10 - A ONU, que, ao ficar no lugar da dignidade, sem ter, impede a criação de uma organização que seja real e translúcida e não transparente como é. Notem que um objeto transparente não mostra nada.

11 - O Big Brother, uma iniciação à perversidade, isto é, um grupo de amigos onde o objetivo é cada um eliminar os demais.

12 - O desmatamento da rua Lima Bacuri, onde nasci em Manaus, Amazonas. Derrubaram todas as mangueiras para colocar concreto colorido de verde para imitar mangueiras.

13 - A mídia enlouquecida incentivando o belo cabide para logo depois condenar a anorexia.

14 - O Brasil, o segundo país onde há a maior concentração de riqueza nas mãos de pouquíssimos. O resto fica na merda. Os que não querem morrer entram na quadrilha, o único emprego possível, engrossando essa patifaria de drogas.

15 - A classe média que consome as ditas drogas.

16 - A burguesia que consome mais um pouco do que a classe média, que como sempre, almeja chegar lá.

17 - Essa tara insana pelo futebol que leva os brasileiros, todos os fins de semana, à luta armada porque o time perdeu ou ganhou, tanto faz, versus a passividade diante dos escândalos que assolam o bravíssimo povo brasileiro.

18 - O petróleo sobe a gasolina sobe. O petróleo desce, a gasolina sobe. A única reação é correr para o posto e encher o tanque. E depois querer dar conselhos inteligentes aos filhos.

19 - A discriminação racial empurrando janela adentro das universidades pessoas negras, decretando, oficialmente, sua inferioridade.

20 - O número absurdo de faculdades já abertas e que vão abrir – a maioria de ensino lastimável – porque virou um grande negócio e não tem a menor relação com a necessidade da população

21 - O salário vil pago a um médico, com 30 anos de formado, com mestrado, doutorado, concursado, ralando em prontos-socorros aos 60 anos de idade – 2 mil e poucos reais por mês – em comparação, por exemplo, aos 24 mil e penduricalhos que elevam à cem – tirados do bolso do povo rumo aos bolsos dos parlamentares.

22 - A polícia envolvida com o crime. Aliás, onde mora o policial honesto que ganha uma miséria? Quem é seu vizinho?

23 - A filha do Gil

24 - O sucateamento de JK para cá da rede ferroviária e da navegação de cabotagem – em um país continental como esse – para dar mercado aos veículos rodoviários que Tio Sam nos manda.

25 - A paralisação do transporte hidroviário em Vitória.

26 - O Fluminense.

27 - A condição dos presídios brasileiros.

28 - Os brasileiros.

29 - Júnior Bahiano

30 - A ausência de uma Ordem dos Médicos, que a exemplo da Ordem dos Advogados, colocaria um freio na prática de esculápios incompetentes.

31 - Regina Duarte e seu amável sorriso de sapo.

32 - O nepotismo desvairado.

33 - O terrorismo, especialmente a Ku-Klux-Khan, uma amigável tradição norte- americana.

34 - Voto de analfabeto

35 - Voto de alfabetizado

36 - As empresas de ônibus que estão credenciadas pelo poder público a operar linhas interestaduais não estarem nem aí. O serviço de ônibus leito praticamente não existe. Quando existe é uma calamidade.

37 - O aeroporto de Vitória

38 - O sistema de retirada de bagagem do aeroporto de Vitória

39 - A ausência de uma linha de ônibus decente que passe pelo aeroporto de Vitória

Não vou mais cansá-los. Vejam que difícil para um homem, com apenas nove dedos, resolver essas questões cruciais, até porque ele fabrica outras.

Relaxe e tente o gozo.

domingo, 19 de julho de 2009

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Um país sem pai


Luís Inácio treinando
O pior de uma cúpula corrupta no poder é a capacidade de impregnar o país com a mesma ideologia. A maioria das instituições de modo mais ou menos velado reproduzem o Lulismo, que em certo sentido é um arremedo caipira do stalinismo. Cabos eleitorais incham a folha de pagamento do pais, enquanto os reajustes devidos há mais de 15 anos aos funcionários concursados não sai. Não tem dinheiro para isso. O bravo povo brasileiro não merece os governantes que têm.

Socorro! Chamem o Ladrão



A cada dia, como se pode ver, os equipamentos ficam mais sofisticados e baratos

Na grande esculhambação que paira no país, onde cada quadrilha fabrica sua ética, um ícone é inconstestável: a permissividade das empresas telefônicas. Atuam abertamente fora da lei. O governo entrega aos amiguinhos mais essas tetas sujas, além dos pedágios. O usuário é feito de otário o tempo todo. A empresa Oi mantém o costume de cobrar contas de meses já pagos. Canalhice da braba. O governo , como sempre reage, como sempre reagiu: mentindo. Não faz nada e deixa o consumidor entregue aos ratos de esgoto.
.........

Você, cara senhora, ainda por cima, paga 25 por cento de imposto devido pelas empresas, que deveriam ser pago por elas.

.......... .

Idem em relação a contas de água e luz.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Dá licença, heim!

É o fim da picada a Rua Afonso Cláudio, na Praia do Canto, primeira quadra. Um restaurante japonês ocupa para “carga e descarga” o dobro do tamanho padrão das 8 às 12 horas. Há placa e tudo. O dono coloca livremente seus carros particulares lá. É, claro, nunca foi multado. O edifício da esquina reservou para sua garagem toda a imensa extensão dos prédios. Como se não bastasse, as duas obras eternas de lá usam a rua para exatamente quatro daqueles porta-entulhos. Um absurdo!


Enquanto isso... No acesso ao edifício Centro da Praia, também na Praia do Canto, de 13 às 14h30, os veículos não podem ter acesso às vagas eventuais por conta da lotação da garagem reservada ao público. Param seus carros em fila “esperando”, E os proprietários de vagas, usualmente médicos, não podem passar para as suas garagens. Como se não fosse o bastante, cederam um ponto de táxi eleitoreiro bem na entradinha da mesma garagem.

E não existe há muitos anos um único guardinha tipo prefeitura PT

domingo, 12 de julho de 2009

Garrincha X Pablo Hermoso (de Mendoza)

Os dribles de Garrincha


E a tourada de Pablo Hermoso


O Maranhão fica no Brasil?

Família Adams em pleno aniversário de Mortícia Ribamar

Recebi de um amigo, via internet. Seria cômico se não fosse tão triste....

- Para nascer, Maternidade Marly Sarney

- Para morar, escolha uma das vilas: Sarney, Sarney Filho, Kiola Sarney ou Roseana Sarney

- Para estudar, há as seguintes opções de escolas: Sarney Neto, Roseana Sarney, Fernando Sarney, Marly Sarney e José Sarney

- Para pesquisar, apanhe um táxi no Posto de Saúde Marly Sarney e vá até a Biblioteca José Sarney, que fica na maior universidade particular do Maranhão, que o povo jura que pertence a um tal de José Sarney (e o povo não mente)

- Para inteirar-se das notícias, leia o jornal "O Estado do Maranhão" ou ligue a TV Mirante ou, se preferir , escute as rádios Mirante AM e FM, todas do tal José Sarney

Se estiver no interior do Estado ligue para uma das 35 emissoras de rádio ou 13 repetidoras da TV Mirante. Todas do mesmo proprietário

- Para saber sobre as contas públicas, vá ao Tribunal de Contas Roseana Murad Sarney (recém- batizado com esse nome, coisa proibida pela Constituição, lei que no Maranhão não tem nenhum valor)

- Para entrar ou sair da cidade, atravesse a Ponte José Sarney, pegue a Avenida José Sarney, vá até a Rodoviária Kiola Sarney. Lá, se quiser, pegue um ônibus caindo aos pedaços, ande algumas horas pelas "maravilhosas" rodovias maranhenses e aporte no município José Sarney

- Não gostou de nada disso? Quer reclamar? Vá, então, ao Fórum José Sarney, procure a Sala de Imprensa Marly Sarney, informe-se e dirija-se à Sala de Defensoria Pública Kiola Sarney

As pérolas de Max Nunes

Max Nunes nasceu no Rio de Janeiro, em 1922. Médico, acabou se tornando um dos maiores humoristas brasileiros. Criador do famoso programa "Balança, Mas Não Cai", da década de 50, na Rádio Nacional, passou, também, pelo Diário da Noite e Tribuna da Imprensa. Hoje, é um dos produtores de Jô Soares. As pérolas abaixo foram extraídas de "Uma Pulga na Camisola - O Máximo de Max Nunes", da Companhia das Letras, de 1996, com seleção e organização de Ruy Castro.

As pérolas de Max Nunes... (ainda atuais)

"Era tão azarado que se quisesse achar uma agulha no palheiro, era só sentar-se nele".

"A prova de que o balé dá sono na platéia é que os artistas entram sempre na ponta dos pés".

"Não é que as moças de hoje sejam mais bonitas. É que as de ontem já deixaram de ser".

"O caqui não passa de um tomate diabético".

"Quem pede a palavra nem sempre a devolve em condições".

"No Nordeste, a seca é tão braba que são as árvores que correm atrás dos cachorros".

"O jipe é o maior esforço feito pelo homem para chegar à mula mecanizada".

"O casamento é como a pessoa que quer tomar um copo de leite e compra uma vaca".

"O casamento é o único jogo que acaba mal sem que ninguém ponha a culpa no juiz".

"Os homens casados se dividem em três categorias: os polígamos, os bígamos e os chateados".

"Com as ruas esburacadas desse jeito, é preciso ser muito virtuoso para não dar um mau passo".

"O difícil de confundir alhos com bugalhos é que ninguém sabe o que são bugalhos".

"Já tinha oito anos e não bebia uísque, não dançava rock e não fumava maconha. Era um retardado mental".

"Democracia é aquele regime pelo qual qualquer cidadão pode ser presidente da República, menos eu e você, naturalmente".

"Duplicata é uma coisa que sempre vence. Nunca empata".

"Houve um tempo no Brasil em que ninguém tinha dinheiro. É hoje".

"Há casais que se detestam tanto que não se separam só pra um não dar esse prazer ao outro".

"O eleitor, obrigatoriamente, tem que ser qualificado. O candidato, não".

"Algumas mulheres são tão feias que deviam processar a natureza por perdas e danos".

"Quando a mãe informou aos filhos que ia conferir um prêmio ao mais obediente da casa, todos gritaram ao mesmo tempo: ´É o papai!`".

"Ah, o que seria do governo se o povo pudesse falar pela boca do estômago!"

"Já foi o tempo em que a união fazia a força. Hoje a União cobra os impostos e quem faz a força é você".

"A prova de que tudo subiu de preço é que até uma coroa já é cara".

"Uma camisa nova tem sempre um alfinete além daqueles que você já tirou".

"Opinião é uma coisa que a gente dá e, às vezes, apanha".

terça-feira, 7 de julho de 2009

Fora da lei

Cópia do novo modelo de diploma de jornalista dado por qualquer um. Picasso está querendo regulamentação

Imagine, apenas imagine. Algum dia, em certo lugar, em nome da liberdade, alguém sem frequentar qualquer curso de Medicina resolvesse, por exemplo, realizar cirurgia cardíaca. Imagine, ainda, que o argumento fosse o da igualdade de direitos, nesse caso o de ajudar o próximo. E, como argumento, frases feitas. Claro que a lei que estrutura a vida social estaria sendo suprimida.
É exatamente ela, a lei que diferencia os homens dos animais. Se assim não fosse, qualquer estudioso e simpatizante do Direito poderia ser juiz, desembargador ou advogado em nome da liberdade. A existência do Sujeito como cidadão e sua saúde depende, insubstuivelmente, da relação com o semelhante, os outros. Não se concebe uma língua que apenas uma pessoa fale ou uma religião que só uma pessoa professe.

Mas, como sabemos, nada é tão ridículo que não possa ficar ainda mais. Eis que instâncias supremas e superiores resolveram acabar com o jornalismo em sua tradição. É sempre bom lembrar que a palavra “tradição” vem do latim "tradirae", isto é, trazer. Então, o jornalismo deixou de ser uma profissão para que possa ser exercida por qualquer pessoa, pelo que vemos acontecer, de interesse do poder.

O jornalismo incomoda, sempre haverá de incomodar. Notícia deve incomodar alguém em algum lugar, o resto é propaganda. A tarefa maior de qualquer ditadura, é impor a censura. Agora, cria-se a censura sob a forma de desativar através da desorganização. Acabou-se a lei, a necessidade do diploma.

Ninguém neste pais, desde que se instalou a democracia, sofreu restrições ao pensar e escrever o pensar para justificar mudança radical. Ser jornalista ou não, é uma questão técnica do “como fazer” pertinente a qualquer profissão. Este cala-boca vem sendo tentado há anos.

Ora vejamos: a república das falcatruas oficiais, dos palácios roubados, dos enriquecimentos ilícitos, das nomeações secretas, resolve desorganizar a imprensa. Por que será? Não seria novidade se fossem criadas cotas para o número de profissionais nas redações, que ocupariam, assim, o único espaço verdadeiramente democrático que chegou com fim da recente ditadura. Desorganizar para desativar.

Imagino que as redações ficariam cheias de porta-vozes oficiais, que acabariam de vez com as incômodas denúncias cotidianas praticadas por quem deveria. E não, da imprensa. Falta muito pouco para que os jornais sejam escritos por jornalistas chapa-branca ou assessores de imprensa. Será a apologia do caos.

Caros senhores ditadores de todos os matizes, o Brasil não lhes pertence. De vez em quando, de uma forma ou de outra, se lança um cala-boca na verdade. Seja pelas armas, seja por decretos ou leis como esta. A psicopatia – distúrbio patológico psíquico, ligado ao descumprimento da lei – pouco a pouco se apodera do imaginário social do país.

domingo, 5 de julho de 2009

E agora?


A cara do outro

O pseudo-neo-realista superintendente da Coreia do Norte, nomeado sem publicação no Diário Oficial, Chico César, juntamente com o filho de Sarney, conhecido mundialmente como o cara mais feio do mundo, considera que a mídia jamais discute a questão principal sobre os artifícios nucleares.

O que é realmente importante?

Saber quem tem ou deixa de ter uma bomba atômica para jogar nos outros ou porque uns tem e outros não têm?

O presidente precisa fazer uma profunda investigação sobre o assunto...

Mermão, meu personal flanelinha


Mermão e sua esposa, Etelvina
Ele me trata de doutor. E eu de o chamo de Mermão. Todos os moradores do prédio o olhavam com desconfiança, só porque, digamos, na falta de férias e sequer trocados, costumava veranear no confortável complexo penitenciário.

Ninguém sabia quem era Mermão, que pairava de flanela em punho pela rua fazendo... O que é mesmo que eles fazem? Expliquei para a moradora do 20ª andar, codinome Trombeta do Apocalipse, porque só dá notícia ruim, sua situação social e pedi sigilo. Em seguida, claro, espalhou para todo mundo, como era no fundo a minha intenção.

Para compor o quadro dentro da inevitável normopatia – a patologia da normalidade - arranjei uma sigla bem americana para tecer seu currículo: “Trata-se do meu “TCMC” (Took Care of My Car.

“Ainda bem", soprou a senhora Trombeta. "Pensei que era um desses meninos de rua”. Mal sabe ela que meu distinto confrade já é avô de rua: nasceu na rua, seu filho também e, agorinha mesmo, o neto. Toninho Pano de Prato já tem 15 anos.

Pois bem. A entidade em questão, munido apenas de um pano – “flanela só no Natal doutor” – exibe o milagre da multiplicação das vagas. Não me perguntem como, mas jamais deixei de estacionar bem em frente do meu lar por falta de vaga.

O imposto que cobra, corresponde, e muito, ao trabalho, Explica tudo no plural para dar mais ênfase, acho:

“Os pessoais pensam que nós tamos aqui para trambicarmos”

“Entendi Mermão. Corre que vai saindo uma Mercedes sob tua jurisdição, aviso.
Cascateiro de responsa, desses de fazer inveja ao Lula, dirige magicamente as vagas à beira da calçada que parecem mover-se à sua vontade.

A nobre categoria respeita religiosamente as áreas de cada um. Jamais, desde que o mundo é mundo, houve uma única guerra por questão de espaço vital entre as ruas Afonso Cláudio e Chapot Presvot, dois países amigos e organizados. E olha que eles são chamados nas páginas policiais de artefatos de extermínio em massa.

Ao contrário da ONU que impede os países de se organizarem de verdade, organizando de mentirinha, os flanelinhas de nossas ruas têm seu código de ética e protegem os carros.

Mermão me contou que apareceu um suspeito - o que é suspeito mesmo? - querendo informações, coisa e tal, "com maleficências de intencionalidades". Sempre no plural, explicou-me que “se eles querem, vamos dizermos assim, se darem bens, que se arrisquem nas paradas com os homens e se arrisquem-se.

Leitores é que Mermão já fala pela nova ortografia (Meu Deus, o presidente não aprendeu nem a antiga). Quis dizer que espantou o meliante para fora das cercanias.

Agora, querem regulamentar Mermão.

Ligou o interfone e jogou suas lágrimas, sempre no plural:

“Doutores, essas ideias de regulamentarem as nossas profissões, pinta os maiores medos. Eu não confiaria minhas flanelas para eles tomarem conta”
Respondi que isso era um exagero, e que nossos edis estavam tentando organizar a cidade. e coisa e tal.

- O que são edis doutores?

- Mermão são pessoas plurais.

Vou parar porque Majestic, meu cão de estimação, está comendo a Folha de São Paulo que acabei de comprar.

- Já para fora animal, antes que uma telefônica veia para cá te oferecer um plano especial.

Cartas Anônimas

Gancho: grande capitão do Tri



Saúde Mental (por Rubens Alves)

Fui convidado a fazer uma preleção sobre saúde mental. Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveria ser um especialista no assunto. E eu também pensei. Tanto que aceitei. Mas foi só parar para pensar e me arrepender.

Percebi que nada sabia. Eu explico. Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, do meu ponto de vista, tiveram uma vida mental, rica e excitante. Pessoas cujos livros e obras são alimento para a minha alma: Nietzsche, Fernando Pessoa, Van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles, Maiakovski. E logo me assustei.

Nietzsche ficou louco. Fernando Pessoa era dado à bebida. Van Gogh matou-se. Wittgenstein alegrou-se ao saber que iria morrer em breve: não suportava mais viver com tanta angústia. Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica. Maiakoviski, suicidou-se.

Essas eram pessoas lúcidas e profundas que continuarão a ser pão para os vivos muito depois de nós termos sido completamente esquecidos. Mas será que tinham saúde mental? Saúde mental, essa condição em que as ideias comportam-se bem, sempre iguais, previsíveis, sem surpresas, obedientes ao comando do dever, todas as coisas nos seus lugares, como soldados em ordem unida, jamais permitindo que o corpo falte ao trabalho, ou que faça algo inesperado.

Nem é preciso dar uma volta ao mundo num barco a vela, basta fazer o que fez a Shirley Valentine (se ainda não viu, veja o filme) ou ter um amor proibido ou, mais perigoso que tudo isso, a coragem de pensar o que nunca pensou.

Pensar é uma coisa muito perigosa... Não, saúde mental elas não tinham. Eram lúcidas demais para isso. Elas sabiam que o mundo é controlado pelos loucos e idosos de gravata. Sendo donos do poder, os loucos passam a ser os protótipos da saúde mental. Claro que nenhum dos nomes que citei sobreviveria aos testes psicológicos a que teria de se submeter se fosse pedir emprego numa empresa.

Por outro lado, nunca ouvi falar de político que tivesse estresse ou depressão. Andam sempre fortes, em passarelas, pelas ruas da cidade, distribuindo sorrisos e certezas. Sinto que meus pensamentos podem parecer de louco e por isso apresso-me aos devidos esclarecimentos.

Nós somos muito parecidos com computadores. O funcionamento dos computadores, como todo mundo sabe, requer a interação de duas partes. Uma delas, chama-se hardware, literalmente "equipamento duro", e a outra, denomina-se software, "equipamento macio".

O hardware é constituído por todas as coisas sólidas com que o aparelho é feito. O software é constituído por entidades "espirituais" - símbolos que formam os programas e são gravados nos disquetes.

Nós também temos um hardware e um software. O hardware são os nervos do cérebro, os neurônios, tudo aquilo que compõe o sistema nervoso. O software é constituído por uma série de programas que ficam gravados na memória. Do mesmo jeito, como nos computadores, o que fica na memória são símbolos, entidades levíssimas, dir-se-ia mesmo "espirituais" , sendo que o programa mais importante é a linguagem.

Um computador pode enlouquecer por defeitos no hardware ou por defeitos no software. Nós também. Quando o nosso hardware fica louco há que se chamar psiquiatras e neurologistas, que virão com suas poções químicas e bisturis consertar o que se estragou.

Quando o problema está no software, entretanto, poções e bisturis não funcionam. Não se conserta um programa com chave de fenda. Porque o software é feito de símbolos, somente símbolos podem entrar dentro dele. Assim, para se lidar com o software há que se fazer uso dos símbolos. Por isso, quem trata das perturbações do software humano nunca se vale de recursos físicos para tal.

Suas ferramentas são palavras, e eles podem ser poetas, humoristas, palhaços, escritores, gurus, amigos e até mesmo psicanalistas. Acontece, entretanto, que esse computador que é o corpo humano tem uma peculiaridade que o diferencia dos outros: o seu hardware, o corpo, é sensível às coisas que o seu software produz. Pois não é isso que acontece conosco?

Ouvimos uma música e choramos. Lemos os poemas eróticos de Drummond e o corpo fica excitado. Imagine um aparelho de som? Imagine que o toca-discos e os acessórios, o hardware, tenham a capacidade de ouvir a música que ele toca e se comover? Imagine mais, que a beleza é tão grande que o hardware não a comporta e se arrebenta de emoção?

Pois foi isso que aconteceu com aquelas pessoas que citei no princípio: a música que saía de seu software era tão bonita que seu hardware não suportou. Dados esses pressupostos teóricos, estamos agora em condições de oferecer uma receita que garantirá, àqueles que a seguirem à risca, saúde mental até o fim dos seus dias.

Opte por um software modesto. Evite as coisas belas e comoventes. A beleza é perigosa para o hardware. Cuidado com a música. Brahms e Mahler são especialmente contra-indicados. Já o funk pode ser tomado à vontade. Quanto às leituras, evite aquelas que fazem pensar. Há uma vasta literatura especializada em impedir o pensamento.

Se há livros do doutor Lair Ribeiro, por que se arriscar a ler Saramago? Os jornais têm o mesmo efeito. Devem ser lidos diariamente. Como eles publicam diariamente sempre a mesma coisa com nomes e caras diferentes, fica garantido que o nosso software pensará sempre coisas iguais. E, aos domingos, não se esqueça do Silvio Santos e do Gugu Liberato

.
Seguindo essa receita você terá uma vida tranquila, embora banal. Mas como você cultivou a insensibilidade, você não perceberá o quão banal ela é. E ao invés de ter o fim que tiveram as pessoas que mencionei, você se aposentará para, então, realizar os seus sonhos. Infelizmente, entretanto, quando chegar tal momento, você já terá se esquecido de como eles eram.

Estético


O grego Sócrates, assim como Adão, não tiveram sogra nem caminhão, mesmo assim filosofaram

Desde a morte de Michael Jackson não via um título com tanto talento no jornalismo. O Newsweek mandou ver o seguinte título sobre sua morte: "Finding Nerverland" (uma espécie de "Chegando à Terra do Nunca". Genial.

Quer mais?

David Gates, autor da matéria, começa assim (...) Antes dele vieram Frank Sinatra, Elvis Presley e os Beatles. Depois dele não veio mais ninguém"

Que ler a reportagem completa? http://www.newsweek.com/id/204296


quinta-feira, 2 de julho de 2009

Pérolas



De Fonseca, meu amigo idiota: