quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Rádio Manhattan: Cinema Paradiso...

Quem nunca assistiu deve correr às lojas e locadoras para alugar a nova versão da obra-prima de Giuseppe Tornatore: “Cinema Paradiso”, com 174 min; ao invés dos 123 min da versão resumida pelo autor, após as primeiras exibições não terem sido bem sucedidas, em 1988. Um ano depois ele ganhou o Grande Prêmio do festival de Cannes, e o Oscar de melhor filme estrangeiro, em 1990.

Todos se lembram da história: nos anos que antecederam a chegada da televisão (logo depois do final da Segunda Guerra Mundial), em uma pequena cidade da Sicília o garoto Toto (Salvatore Cascio) ficou hipnotizado pelo cinema local e procurou travar amizade com Alfredo (Philippe Noiret), o projecionista que se irritava com certa facilidade, mas paralelamente tinha um enorme coração. Todos estes acontecimentos chegam em forma de lembrança, quando agora Toto (Jacques Perrin) cresceu e se tornou um cineasta de sucesso, e recorda-se da sua infância quando recebe a notícia de que Alfredo tinha falecido.

Nesta história havia um romance de Toto adolescente ( Marco Leonardi ) com a bela Elena ( Agnese Nano) que na versão original não mais encontra Toto. Nesta versão ampliada podemos conhecer mais sobre os dois na vida adulta.

Tudo isto com a trilha sonora de Ennio Morricone, que - junto com Nino Rota e Henry ( Enrico ) Mancini - formam o trio de maestros compositores italianos que são, quase, co-autores da parte emocional dos filmes, junto com seus diretores. Aqui mostramos o “Love Theme” *, com a orquestra de Henry Mancini.

* CD “ Henry Mancini: Cinema italiano: música de Ennio Morricone and Nino Rota”, RCA Victor, # catal. 20.179, de 1990, faixa 4.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Perguntas que o Jornal Nacional deveria fazer ao Lula...

Queremos que Bonner e Fátima façam as perguntas a Lula que o Reinaldo Azevedo sugere para a entrevista do Jornal Nacional:

1) O senhor prometeu criar 10 milhões de empregos e chegará ao fim do mandato criando quatro milhões. Neste tempo, a renda da classe média caiu, e os empregos gerados se concentram na faixa de até 2 salários mínimos. A chamada distribuição de renda do seu governo não se faz à custa do empobrecimento dos menos pobres?

2) O Senhor disse que banqueiro lucra no seu governo e, por isso, não precisa de Proer. O Senhor sabe quantos Proers o Brasil paga por ano para sustentar os juros reais mais altos do mundo?

3) O seu filho, até bem pouco tempo antes de o Senhor assumir a Presidência, era monitor de Jardim Zoológico e, hoje, já é um empresário que a gente poderia classificar de milionário. O Senhor não acha uma ascensão muito rápida?

4) Genoino sabia do mensalão. Silvio Pereira sabia do mensalão. Dirceu sabia do mensalão. Ministros foram avisados do mensalão.
Só o senhor, da cúpula, não saberia. O senhor não acha que, nesse caso, não saber é tão grave quanto saber? E se houver mais irregularidades feitas por amigos seus que o senhor ignore?

5) Presidente, na sua gestão, as invasões de terra triplicaram, caiu o número de assentamentos e mais do que dobrou o número de mortos no campo. Como o senhor defende a sua política de reforma agrária?

6) O senhor não tem vergonha de subir em palanque onde estão mensaleiros e sanguessugas?

7) Presidente, em 2002, o Brasil exportava a metade do que exporta hoje, e o risco país era sete ou oito vezes maior. O país pagava 11% de juros reais. Hoje, continuamos a pagar mais de 10%. Como o senhor explica isso?

8) Em 2002, o governo FHC que o Senhor tanto critica repassou para São Paulo, na área de segurança, R$ 223,2 milhões.
Em 2005, o seu governo repassou apenas R$ 29,6 milhões. Só o seu avião custou R$ 125 milhões.
Não é muito pouco o que foi dado ao Estado que tem 40% da população carcerária do país?

9) Quando o Senhor assumiu, o agro negócio respondia por mais de 60% do superávit comercial. Quase quatro anos depois, o setor está quebrado, devendo R$ 50 bilhões. O Senhor não acha que o seu governo foi um desastre na área?

Direito de resposta...


Antes de ler, por favor, veja o significado da palavra "TRANSIGIR" na sua essência.Sei que vc sabe, mas vale a pena rever.

Do Aurélio : "Transigir" :
1. Chegar a acordo; condescender:
2. Chegar a acordo; ceder, condescender, contemporizar: 2 & 2
3. Compor por transação: 2

1)"O PT é um partido político democrático, registrado desde 1980 no Tribunal Superior Eleitoral, que defende a Constituição e cumpre rigorosamente a lei."

COMENTÁRIO:Só rindo, nenhum partido do mundo faz isso.Num arroubo anarquista acho que os partidos deveriam acabar.Utopia. Logo os grupinhos formar-se-iam e os partidos apareceriam fisiologicamente.Sugestão: não existir oficialmente, sem regras e regulamentos.

2)"O PT condena o terrorismo, repudia a violência, pratica e defende a via democrática para a solução de conflitos."

COMENTÁRIO :o MST é terrorista? O MST usa violência? O MST é democrático e usa a via democrática para solução de conflitos?E, o principal,
O PT transige com o MST? O PT tem algo a ver com o MST?

3)"O PT combate com firmeza o narcotráfico e o crime organizado, por meio de sua representação no Poder Legislativo, de suas administrações municipais, estaduais e, especialmente, na Presidência da República."

COMENTÁRIO:o PT, por meio de sua representação no Poder Legislativo combateu com firmeza o crime organizado por seu representantes e por seus aliados? Sarney é o pior deles.A Presidência da República( leia-se Lula) omitiu-se, dizendo que o Sarney não é como qq outro? Um teatrelho!!

4)"Ao longo de sua existência, o PT demonstrou que não transige com o crime nem se relaciona com o narcotráfico. Afirmar o contrário, como fez a revista Veja, é transigir com a verdade."

COMENTÁRIO:o PT acha crime o mensalão? Seu presidente,ao dizer que não sabia de nada, estaria transigindo com a verdade?
Aliar-se ao Sarney,Collor e outros menores e tb criminosos, é transigir?
A formação de quadrilhas pelos componentes do PT é transigir com o crime?

Enfim, o PT perdeu uma boa oportunidade de ficar calado.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Uma palmadinha não dói...


Uma palmadinha não dói... Paulo J.F. Bonates

“As coisas estão no mundo eu que preciso aprender” (Paulinho da Viola em Coisas do Mundo”)

Há muitos e muitos anos, uma cigana-mãe tendo que sair do acampamento armado em um terreno baldio bem em frente à então Faculdade de Engenharia, lado direito de quem vai para Maruípe, como sempre fazia , calçou no filho de seis anos acho uma botinha de couro especial com uma cordinha, e amarrou-o a uma árvore. Feito isso pegou as cartas e saiu foi contar mentira. E ganhar o da comida e ervas para o banho.Costume da tribo.Pra que?

Alguém, não interessa quem, ao passar por ali de nariz em pé no Gordini último modelo, julgou o ato da ordem da tortura e cativeiro. Quando a, digamos, cigana Sara Madalena voltou já havia um fusca preto de pneus carecas e um par de algemas a recepcioná-la. Deu no jornal, saiu na rádio e a mulher sem entender nada parou na cadeia tendo sido bem machucada pelas companheiras de cela. Pegaram o menino e o libertaram, isto é, prenderam em uma desses tenebrosos labirintos para menores cuja função era a mesmíssima de sempre: fabricar delinqüentes a partir da marginalidade.

Estava eu então no ambulatório do hospital São Lucas, aprendendo feitiçaria ou medicina, como queiram, quando uma repórter que, na falta de achar alguém importante entrevistou-me sobre o ato terrorista. Entre orgulhoso e medroso dei minha opinião sobre o 11 de setembro de Maruípe. O que levaria uma mãe praticar tal barbárie contra o filho? Felizmente foi conduzido a tempo para o reformatório onde já havia levado as primeiras bordoadas dos amiguinhos – introduziu a jornalista.

Por causa da minha vasta sabedoria de aprendiz fui ao senso comum. Achava como acho que os gestos de amor e limite na complexa relação mãe-filho são permeados pela cultura é éticas especiais de cada grupo. Não se pode ler ou ver esta estrutura a partir de outra. Naquele tempo como agora raramente há uma interpretação que leve em conta o imaginário social, a ética vigente naquele grupo ou outro qualquer.

Parece indiscutível que a ausência de limites e cuidados gera uma população crescente de marginais e delinqüentes. O limite baseado no espancamento e outras torturas não é limite, é medo. O adulto só bate na criança porque é mais forte fisicamente, Quando cresce, a criança apronta muito mais e não é espancado porque a coisa pode se inverter. Espancar criança é apenas covardia, na maioria das vezes.

Vivemos um desespero. Por um lado a situação de emergência: um nível de violência hegemônico onde faltam as mais fundamentais leis. Autoridades desonestas, em todos os níveis, um sistema de ensino descuidado que fabrica soluções como “passar de ano de qualquer maneira”. Ou fabricar escolas de ensino superior sem o menor critério ou cuidado. Elaborar leis que já existem, como esta de não poder ser candidato quem for criminoso. Estes não poderiam sequer estar na rua. Esta lei já existe. Lei contra o espancamento do filho ou de qualquer outra pessoa também.

Esta questão da relação da família com a criança precisa ser aprofundada e precisa haver família; Esta pode ou não existir independentemente da situação social. Exceção que também paira.

O mundo da criança é infinito. Senão vejamos.

Um dos mundialmente reconhecido psicanalista, ex-pediatra ingles Donald Winnicott dedicou sua vida ao estudo da formação da pessoa a partir da relação mãe-bebê. Do choro vem a fala que insere o sujeito no mundo. Postulou, como fez Freud a base do limite, no Não. Tudo começa na organização familiar.Do “não pode namorar membros da própria família” O não ao Complexo de Édipo (sic freud) Uma palmada – não espancamento – pode ser necessária se a criança não consegue entender ou escutar palavras. Principalmente se não foram ditas, criança não é um idiota que encolheu. Há formas cínicas e sádicas de maltratar uma criança sem tocar nela. Através da indiferença, por exemplo. O contrário do amor não é o ódio – só se odeia quem se ama – mas sim a citada indiferença, por exemplo. Pois bem

Winnicott enveredou pelo desenvolvimento da relação mãe-bebê, ampliada por as relações em rede - self-objetais – no mundo, no corpo, incluindo aí todas as circunstancias da criança: seu corpo e mente, suas relações, sua imaginação, recordações e um interminável etc.,

Ele ,o Donald,falava da Preocupação Materna Primária onde a criança é sustentada por um Holding que protege a liberdade de crescer e não a restringe. Uma palmada, o Não, às vezes é necessária para ser internalizado o Sim. Tal sofisticada relação envolve outros conceitos fundamentais como o Verdadeiro Self e Falso Self, este último, uma formação psicopatológica. Baseia-se na experiência e observação clínica. Se uma mãe – que representa o ambiente social – não consegue decodificar as necessidades da sua criança ou apresenta a não-escuta ou indiferença como “resposta” esta adapta-se à força portanto tirania materna perdendo-se o SER. Terá que FAZER e tornar-se excessivamente adaptativo, “obediente e servil”. Está criado assim o Falso Self. Como não se É tem que se FAZER. Este mecanismo – o Falso self - falsamente protetor gera infinitos distúrbios e fundamentalmente um sentimento de despersonalização, como dizia minha inesquecível professora Inaura Carneiro Leão, além das doenças psicossomáticas .

O Brincar é outro exemplo. É o momento em que a criança adquire a capacidade de transformar o mundo. Pega um lápis e transforma-o em aviãozinho. Muda o mundo a toda hora. Recria as coisas do mundo à sua maneira.

Assim, este maravilhoso e mágico mundo não pode ser reduzido, já que no fundo pertence ao inconsciente, ao imaginário.

Poderia citar inúmeros estudos sobre isso, mas não vou cansá-los. Basta que possamos pensar juntos e proteger de forma científica e embasada, a criança na sua complexidade.

Senão quem leva palmada é a mãe

O autor é médico psicanalista

Miséria no Brasil II...

Meus queridos, o ser humano é inviável.
Senão vejamos:

Havia na em Gaza um piedoso judeu.
Entretanto talvez para aplacar suas culpas e mutilar seu desejo curtia uma inveja inxsuportável para ele em relação a um vizinho e amigo também Idish. Tudo que o amigo tinha causava uma dor insuporável e uma ferida narcísica em nosso herói.

Foi ao Rabino- que aproveitou e recolheu o dízimo. Mas a inveja que é ruim ficou.

(Fecham-se bruscamente as cortinas , aparecendo ao fundo a Ira de Jeovah com a voz tremida de Deus (sic. Cecil B. de Mille)

Fim do Primeiro ato. As pesssoas levantam-se das cadeiras apertadas e vão rodar em frente ao bar e comprar camisetas com a logo marca do espetáculo.

Tum,tum,tum

Trim,trim,trim

SEGUNDO ATO


Entra o rabino entre apreensivo e feliz
.

- Arranjei-lhe uma entrevista com o próprio Jeovah em pessoa, espírito, ou pomba, como quiseres.

Entra Jeovah

-- O que posso fazer por você?- modesto, o cara.

O bom canalha contou seu drama.

Na sua infinita sabedoria trouxe a solução.

- Vou te conceder um dom: tudo o que desejares te darei. Não tem sorteio! Ouro, mulheres, homens , cachorros, cabritas bem.... A tua única contra partida é : tudo o que tiveres, o amigo de quem tens a inveja que te consome terá o dobro imediatamente. Isso irá te mostrar que o que o outro tem você pode ter. E que o fato dele ter duas vezes mais que tu não faz a menor diferença.

Ide agora porque Ego Sunt Bagus Plenus. Volta amanhã com teu primeiro pedido.

Passou a noite penitenciando-se comendo bandejas e bandejas do hospitais brasileiros.
Dia seguinte mal raiava o sol os cachorros cacarejavam, os ursos voavam, Lula falava a verdade....chegou e foi logo pedindo:

- Desejo ficar cego de um olho!

(Fecham-se as cortinas, o pano de boca e as pessoas deixam sujo o cassoalçho do teatro...)

Miséria no Brasil...

O real da miséria e a miséria do Real...

Antonio Lassance (*)

O gráfico abaixo merece ser emoldurado. Ele representa os avanços que o Brasil alcançou até o momento na luta pela redução da miséria.

Antes de mais nada, é preciso dar os devidos créditos. O gráfico tem como base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), colhidos, organizados e divulgados pelo IBGE. São sistematicamente trabalhados pelo IPEA, que tem grandes estudiosos sobre o tema da pobreza, assim como pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas-RJ.

Graças a esses estudos se pode, hoje, visualizar se estamos avançando ou retrocedendo; se o Brasil está resgatando seus pobres ou produzindo quantidades cada vez maiores de pessoas que ganham menos que o estritamente necessário para sobreviver; gente que se encontra sob situação de insegurança e vulnerabilidade.

Os números e a trajetória que os liga permitem não só uma fotografia da miséria, mas também um retrato do que os governos fizeram a esse respeito. Serve até de exame para um diagnóstico do bem estar ou do mal estar que as políticas econômicas podem causar à nossa sociedade.

Descritivamente: esta linha sinuosa decresce em ritmo forte em 1994 e 1995, quando estaciona. Depois de 1995, a queda deixa de ter continuidade e, salvo pequenas oscilações, os patamares de miséria ficam estáveis pelos sete anos seguintes, até 2002. Depois de 2003, ocorre uma nova trajetória descendente e, desta vez, sustentada, pois se mantém em queda ao longo de sete anos.

Na trajetória dos últimos 18 anos, só o governo Lula reduziu a pobreza de forma contínua e acentuada. Itamar e FHC tiveram, cada qual, apenas 1 ano de efetiva redução da pobreza: Itamar (que teve pouco mais de 2 anos de governo), em seu último ano (1994), e FHC, em seu primeiro ano (1995).
O gráfico desmente categoricamente a afirmação de que a miséria e as desigualdades no Brasil vêm caindo “desde o Plano Real”, como é comum encontrar inclusive entre analistas econômicos, principalmente aqueles que são mais entusiastas do que analistas e, a cada 5 anos, comemoram o aniversário do plano como se fosse alguém da família.

O Plano Real conseguiu reduzir a miséria apenas pelo efeito imediato e inicial de retirar do cenário econômico aquilo que é conhecido como “imposto inflacionário”: o desconto compulsório, que afeta sobretudo as camadas mais pobres, ao devorar seus rendimentos. Retirar a inflação do meio do caminho foi importante, mas insuficiente.

No governo FHC, a miséria alcançou um ponto de estagnação. Uma estagnação perversa, que deu origem, por exemplo, à teoria segundo a qual muitos brasileiros seriam “inimpregáveis”. Para o discurso oficial, o problema da miséria entre uma parte dos brasileiros estaria, imaginem, nos próprios brasileiros. A expressão era um claro sinônimo de “imprestáveis”: pessoas que não tinham lugar no crescimento pífio daqueles 8 anos. Era um recado a milhões de pessoas, do tipo: "não há nada que o governo possa fazer por vocês". "Se virem!"

O governo Lula iniciou uma nova curva descendente da miséria no Brasil e a intensificou. Sua trajetória inicial foi mais íngreme do que a verificada no início do Plano Real e, mais importante, ela se manteve em declínio ao longo do tempo. Por trás dos números e da linha torta, está o regate de milhões de brasileiros.

A razão que explica essa trajetória está no conjunto de políticas sociais implementadas por Lula, como o Fome Zero, o Bolsa Família, a bancarização e os programas da agricultura familiar, além da melhoria e ampliação da cobertura da Previdência.

No campo econômico, além de proteger as camadas sociais mais pobres da volta do imposto inflacionário (estabilidade macroeconômica), houve uma política sistemática de elevação do salário mínimo e, a partir de 2004, patamares mais significativos de crescimento econômico, com destaque nas regiões mais pobres, que cresceram em ritmo superior à média nacional - em alguns casos, superior ao ritmo chinês.

O governo FHC, sem políticas sociais robustas e integradas e com índices sofríveis de crescimento econômico, exibiu uma perversa estabilidade da miséria. Se lembrarmos bem, ao final de seu mandato, a economia projetava inflação de dois dígitos, os juros (Selic) superavam os 21% ao ano (haviam batido em 44,95% em 1999), a crise da desvalorização cambial fizera o dólar disparar, as reservas estavam zeradas e o País precisara do FMI como avalista. Por isso se pode dizer que a característica principal do Governo FHC não foi propriamente a estabilidade macroeconômica. Foi o ajuste fiscal e a estabilidade da miséria.

Por sua vez, a tríade crescimento, estabilidade e redução da miséria, prometida por Lula na campanha de 2002, aconteceu. Se alguém tinha alguma dúvida, aí está a prova.

(*) Antonio Lassance é pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e professor de Ciência Política

Versão masculina do Cauby...