sábado, 13 de agosto de 2011

Alunos da Emescam revelam que instituição vive momento de crise...


A Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescam) vive um momento de crise. Alunos da instituição procuraram Século Diário para falar sobre a situação, que envolve demissão de professores, probabilidade de fechamento de cursos e, principalmente, problemas relacionados ao curso de Medicina. Em reunião com alunos e outros representantes, a direção da escola teria informado que não é possível firmar convênios para a realização de aulas práticas em hospitais da Grande Vitória.

Informativos distribuídos por alunos na própria escola e pela internet apontam questões nada agradáveis, sobretudo para quem paga uma das mais caras mensalidades da rede privada de ensino superior do Estado. O curso de Medicina, por exemplo, reforça uma tradição que começou em 1968. É uma espécie de bandeira da instituição, mantida pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, que agrega outras entidades com finalidades assistenciais. O momento, no entanto, é de insatisfação por parte dos alunos, os principais provedores. A mensalidade atual é de R$ 2.838,00, com previsão de aumento até dezembro.

A problemática vem se arrastando há alguns meses. No final de junho, eclodiu com a demissão de 17 professores, incluindo nove do curso de Medicina. Circulam informações nos corredores da escola que a limpeza no quadro docente ainda não terminou. Até o final do semestre letivo alguns nomes podem ser cortados.

O funcionamento total do Pronto-Socorro da escola para aulas práticas é outra reivindicação dos alunos. No último dia 28, os interessados na causa resolveram fazer um protesto pacífico num dos saguões da escola. Por e-mails, a insatisfação se prolifera. A fase final do curso, a de internato, é a que se apresenta como a mais difícil, pois os alunos não estão se sentindo preparados realmente para o mercado de trabalho. A própria estrutura curricular do curso é questionada pelos futuros médicos.

Segundo os alunos, o diretor da instituição, o médico Cláudio Medina da Fonseca, explicou que o não funcionamento do PS não é problema. Ele teria citado, ainda, como justificativa um estudo realizado com médicos recém-formados da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (FM-UFMG).
O estudo teria apontado que dentre os 50 procedimentos que se espera que um médico tenha por obrigação saber realizar, o egresso não sabe realizar nem a metade.

Problemas em quatro cursos

Outro problema que ocorre na escola também chegou a Século Diário por meio de um informativo. Alunos estão preocupados com o possível fechamento dos cursos de Serviço Social, Farmácia, Fisioterapia e Enfermagem. Dentre estes, o que cobra a menor mensalidade é o de Serviço Social: R$ 497,00. “Queremos a garantia de funcionamento de todos os cursos, pois acreditamos que estes, assim como o curso de medicina, também contribuíram para o nome e a referência que a Emescam é hoje”, diz o informativo. Os alunos também não sabem se serão ressarcidos, caso o fechamento dos cursos aconteça.
Apesar de vivenciar essa crise interna, a escola, por meio de uma empresa de assessoria de imprensa, divulga seus novos produtos. As inscrições estão abertas para sete novos cursos de pós-graduação. São 29 opções, sendo cinco novos na grade curricular da faculdade e três inéditos no Estado. O valor da inscrição é de R$ 150,00.

Cristina Moura


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